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Térmicas temem ficar sem óleo em Manaus

Algumas térmicas, responsáveis por cerca de 30% da energia consumida em Manaus, correm o risco de ficar sem óleo combustível a partir de sexta-feira. A BR Distribuidora, braço da Petrobras, informou para seis usinas independentes que operam na região que elas terão de pagar à vista pelo combustível a partir do dia 01 de agosto, caso contrário vai suspender o fornecimento.

Procurada pelo Valor PRO, serviço em tempo real do Valor, a Petrobras respondeu que "não comenta questões de natureza comercial na relação com seus clientes, protegida por sigilo do negócio."

A aquisição do óleo combustível para as termelétricas de Manaus teria de ser pago com recursos provenientes da Conta de Consumo Combustível em sistemas isolados (CCC-ISOL), um subsídio bancado pelo Tesouro Nacional.

No entanto, fontes afirmam que os repasses da CCC-ISOL não estão sendo feitos com a frequência necessária para a BR Distribuidora, o que levou as térmicas a ficarem inadimplentes com a distribuidora. Como o problema já se arrasta há algum tempo, a dívida cresceu de forma significativa, deixando a petrolífera em uma situação delicada. A BR teria dado um prazo até hoje para que as usinas quitassem os valores vencidos.

A situação é preocupante e, se o impasse persistir, poderá comprometer parte do abastecimento de energia elétrica para a capital amazonense, diz uma fonte que não quis ser identificada.

Apesar de haver um grande potencial hídrico no Amazonas, 90% da energia consumida em Manaus ainda é fornecida por usinas térmicas. A hidrelétrica Balbina, no rio Uatumã, é a única que atende a capital, mas consegue suprir cerca de 10% a 15% da demanda apenas.

O Amazonas é um dos poucos mercados no país que ainda não estão totalmente interligados à rede elétrica nacional (SIN), sendo abastecidos por sistemas elétricos isolados (ISOL).

De acordo com informações contidas no site da Amazonas Energia, subsidiária da Eletrobras, o parque gerador próprio do Sistema Manaus é composto pelas usinas térmicas de Aparecida (172,0 MW), Mauá (436,5 MW), Cidade Nova (15,4 MW), São José (36,4 MW), e Flores (69,0 MW), além da hidrelétrica de Balbina (250,0 MW). Essa geração é complementada por uma usina flutuante, a Electron, de 120 MW, o que resulta em uma potência de 1.099 MW.

Para completar a demanda, é necessária a compra de eletricidade dos produtores independentes de energia (PIEs). A energia é fornecida pelas térmicas Breitener Tambaqui (60 MW), Breitener Jaraqui (60 MW), Manauara (60 MW), Rio Amazonas (65 MW) e GERA (60 MW), totalizando 305 MW.

No passado, a Eletrobras Amazonas e a Petrobras já travaram uma batalha nos tribunais em torno do ressarcimento da CCC, que envolvia cifras, na época, em torno de R$ 2 bilhões. Em 2012, a Justiça decidiu em favor da Eletrobras, que reivindicava o direito de ser integralmente reembolsada pelos custos com a aquisição do óleo diesel para abastecer as termelétricas em regiões isoladas na região Norte.

Há um ano apenas, Manaus foi interligada ao sistema nacional , quando foram conectados à rede básica, além da capital do Amazonas, os municípios de Presidente Figueiredo, Iranduba, Manacapuru e Rio Preto da Eva.
  Fonte: http://www.canalenergia.com.br/
  Data de Publicação: 31/07/2014
 
 

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