O Brasil deve investir na sustentabilidade energética a longo prazo, promovendo de forma imediata uma “virada de rumo” na direção de uma economia energética de baixo carbono. Assim se manifestou o pré-candidato à presidência da república Eduardo Campos (PSB-PE).
“Sabemos que a virada é viável econômica e tecnologicamente, com resultados positivos em termos financeiros, sociais e climáticos,” afirmou o ex-governador de Pernambuco em nota enviada aos organizadores do evento. Ele frisou que após o “ônus econômico-financeiro” imposto pelo governo, “ainda é possível impedir que o pré-sal, até o momento uma tecnologia cara e com impactos ambientais e climáticos severos, se torne a base da política energética do país.”
Para Campos, a indústria sucroenergética tem participação fundamental no desenvolvimento do setor energético de baixo carbono, que privilegia tecnologias de ponta tanto no que se refere à energia limpa quanto à eficiência energética. Porém, ele entende que muitos segmentos “tem atuado em sentido inverso, exercendo pressão no frágil arcabouço institucional brasileiro para que prevaleçam interesses específicos.” Campos entende que isso desconsidera o impacto das mudanças climáticas e os custos sociais implícitos dos combustíveis fósseis.
Para o pré-candidato do PSB, dois fatores complexos exigem atenção para que haja uma retomada da estabilidade e avanço do setor: a capacidade de investimento por restrições financeiras e as questões climáticas. “A política de controle do preço da gasolina adotada pelo governo impede que o etanol seja competitivo, leva à redução da produção do combustível e à elevação do seu preço,” comentou.
Campos entende que é preciso criar incentivos para o investimento em tecnologia e inovação do setor, com o objetivo de aumentar a eficiência dos motores no uso do etanol, incentivando assim a demanda nacional e internacional pelo combustível. E finalizou:
“Nossa candidatura pretende rediscutir a matriz energética brasileira com os principais atores do setor, a fim de resgatar seu protagonismo na construção de uma nova política energética largamente pactuada".