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Eletrobrás é pródiga nos aumentos dos dirigentes e só IPCA para funcionários
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Os 900 funcionários concursados do sistema Eletrobrás deram início na madrugada desta quarta-feira a uma paralisação de 48 horas para reivindicar aumento salarial e outros benefícios. Trata-se de um movimento justo, pois na pauta de solicitações entregue à direção da empresa, dentro dos 54 itens, existe a reivindicação de um reajuste salarial de 11,2%. A empresa oferece apenas 6,51%, referente ao acumulado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Essa é a segunda greve feita pelos funcionários do sistema, pois a primeira tentativa foi realizada em junho e a empresa se mostrou fechada para negociações. Segundo os funcionários, caso continue a intransigência, a próxima paralisação será de 72 horas, prazo mais longo que poderá afetar o fornecimento de energia no país.
O engraçado é que a Eletrobrás, que tem seis membros na diretoria executiva, nove no Conselho de Administração e quatro no Conselho Fiscal, não gosta de dar muita transparência nas suas atividades para os 13.280 acionistas pessoas físicas, 11.501 jurídicas e 69 institucionais. Por exemplo, não divulgou qual a remuneração da diretoria e dos dois conselhos no ano passado e a deste ano. Em compensação, revelou que a média salarial anual dos diretores era de R$ 437,47 mil em 2008 e passou para R$ 513,93 mil em 2009, com aumento de 17,47%.
No mesmo período, a elevação dos ganhos do Conselho Fiscal foi de 27,27%, de R$ 35,51 mil para R$ 45,19 mil, enquanto os do Conselho de Administração tiveram aumento de apenas 14,75%, de R$ 35,50 mil para R$ 40,47 mil. Ah, em momento algum a empresa indicou em que índices se baseou para conceder tais reajustes.
A propósito, a Eletrobrás é a mais democrática empresa brasileira, pois não divulga o maior, nem o menor salário, somente a média, alegando que todos os diretores e conselheiros recebem remunerações iguais.
Bom, ainda não encontramos nenhum analista que acreditou em tal informação. Então, resta a CVM apurar se informações incorretas estão sendo passadas ao mercado.
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Fonte: Monitor Mercantil
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Data de Publicação: 20/07/2011
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